Apresentação

Neste início do século XXI, a grande questão que se coloca é: "Como educar esta nova geração, nascida num mundo de informação rápida e imediata, onde as tecnologias interativas os levaram a acreditar que podem agir sobre o mundo através do simples toque num ecrã?". Nesta procura de resposta, o que fará a diferença serão as escolhas informadas que os professores farão em termos pedagógicos, indo de encontro às necessidades dos alunos e aos objetivos de aprendizagem. Neste contexto, outra questão que se impõe é "como fazer a integração dessas tecnologias?". Neste sentido e tendo presentes os princípios orientadores da Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/2016, que cria o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar (PNPSE), surge a presente ação. Através dela procurar-se-á promover a mudança de paradigma sobre o que é ensinar e aprender.

Destinatários

Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira. No âmbito do Despacho n.º 4840/2023, publicado a 21 de abril de 2023 a ação de formação, releva na dimensão científico-pedagógica para a progressão da carreira docente Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário.

Objetivos

Pretende-se que os professores envolvidos: - Se sintam mais confiantes e capacitados para implementar nas suas aulas tarefas que proporcionem um maior envolvimento dos alunos nas suas aprendizagens, nomeadamente atividades de aprendizagem com as Tecnologias Digitais (aprender com as TIC); - Consigam avaliar o potencial pedagógico de diferentes aplicações informáticas, com o objetivo de as integrar nas atividades curriculares e ao serviço de aprendizagens significativas; - Concebam, apliquem e avaliem atividades de aprendizagem com as TIC; - Criem, implementem e avaliem atividades de aprendizagem inovadoras e de cenários de aprendizagem; - Desenvolvam estratégias inovadoras e indutoras de mudança, que permitam a melhoria das práticas, a melhoria da qualidade das aprendizagens e o aumento do sucesso escolar dos alunos.

Conteúdos

A formação decorrerá em regime de B-Learning, ao longo do ano letivo, com os seguintes conteúdos: 1. Teorias da Instrução e Modelos Instrutivos (2h Presenciais) a. Teorias da Instrução: i. Teoria de J. Bruner; ii. Teoria de R. Gagné. 2. Aprendizagem e Tecnologias Digitais (4h Presenciais + 2h síncronas online) a. Memória e Aprendizagem b. Teoria da Carga Cognitiva da Aprendizagem Multimédia c. Estratégias de aprendizagem ativa 3. Currículo e Tecnologias (6h Presenciais + 2h síncronas online) a. Currículo e Tecnologias Digitais b. Exploração e avaliação de aplicações com potencial pedagógico. 4. O uso de Tecnologias Digitais em contexto Escolar (8h Presenciais + 1h síncronas online) a. Práticas de utilização e exploração de tecnologias digitais no currículo. b. Estratégias de conceção, intervenção e avaliação da utilização de tecnologias digitais no currículo. c. Salas de aula do Futuro: criação e implementação de cenários de aprendizagem

Metodologias

Esta ação assentará numa abordagem construtivista, com o objetivo de estimular a interação entre o formador e os formandos, e entre os formandos, pelo recurso a diversas técnicas de trabalho. Vai incidir, prioritariamente, na conceção, aplicação e avaliação de experiências/atividades de ensino/aprendizagem com recurso a Tecnologias Digitais numa perspetiva de investigação-ação colaborativa, cujo processo de construção/aplicação/reflexão será realizado por grupos de professores, que serão responsáveis pelo processo de construção das referidas experiências/atividades, pela aplicação em sala de aula e posterior reflexão. Nas sessões presenciais conjuntas serão explorados os conteúdos através da discussão de literatura em grupos (textos de apoio e referências de leitura obrigatória previamente facultados) e da realização de exercícios práticos de aplicação de conhecimentos decorrentes da leitura e da experiência dos participantes, ao mesmo tempo que se planificarão, realizarão e, na sequência, se procederá à respetiva avaliação/reflexão das experiências pedagógicas implementadas com os alunos, em consonância com o enquadramento teórico. Na componente de trabalho autónomo o trabalho a desenvolver será orientado/acompanhado através de uma plataforma online e incidirá: - Na produção de materiais segundo princípios multimédia que facilitam a aprendizagem; - No conhecimento e avaliação de aplicações digitais e respetiva articulação com os currículos; - No desenvolvimento de estratégias de aprendizagem baseadas em determinadas aplicações; - Na aplicação e avaliação de estratégias de aprendizagem com tecnologias (aprender com as tecnologias); - Na criação e implementação de cenários e atividades de aprendizagem inovadores; Este trabalho autónomo será intercalado, em articulação, com o trabalho presencial que se vai desenvolvendo sessão a sessão, com o testemunho dos formandos sobre a evolução do mesmo.

Avaliação

A avaliação far-se-á através de um processo contínuo: a) A participação nas sessões; b) A elaboração de um dossier construído durante a formação, onde constarão os trabalhos e materiais elaborados durante a formação; c) A planificação e operacionalização do trabalho autónomo; d) De acordo com os termos da Carta Circular CCPFC-3/2007 e ao estipulado no n.º 3 do artigo 13.º do RJFCP. Avaliação presencial, resultante de registo de observação direta da qualidade da participação, de análise documental das planificações individuais a construir e de apreciação crítica da formação. A avaliação dos formandos será realizada tendo em conta os critérios: 1. Participação: 2 valores; 2. Resultado trabalho autónomo: 4 valores 3. Trabalho Final: 4 valores. O referencial da escala de avaliação, previsto na legislação em vigor, terá os seguintes referenciais: - Excelente: de 9 a 10 valores; - Muito Bom: de 8 a 8,9 valores; - Bom: de 6,5 a 7,9 valores; - Regular: de 5 a 6,4 valores; - Insuficiente: de 1 a 4,9 valores. Não são certificados formandos cuja assiduidade seja inferior a dois terços da duração da ação de formação.

Bibliografia

Almeida, M. e Valente, J. (2011). Tecnologias e currículo: trajetórias convergentes ou divergentes? São Paulo: Paulus. Costa, F., Rodriguez, C., Cruz, E. e Fradão, S. (2012). Repensar as TIC na Educação. O Professor como Agente Transformador. Lisboa: Santillana. http://www.slideshare.net/digitalescola/501855-001-144 Jonassen, D. (Ed.).(2004). Handbook of research on educational communications and technology. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates. Miranda, G. L. (2006). As novas tecnologias e a inovação das práticas pedagógicas. In A. Trigueiros (Coord.), Contextos de aprendizagem para uma sociedade de conhecimento: Actas das XIV Jornadas Pedagógicas - VIII Transfronteiriças (pp.77-93). Castelo Branco: RVJ Editores Lta. Papert, S. (1994). A Máquina das Crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas.

Formador

Ivo Manuel Fontoura Rodrigues

Cronograma