Apresentação

A mobilidade individual dos alunos de longa duração é uma atividade educativa fundamental no âmbito do processo de internacionalização do ensino secundário, cada vez mais generalizada graças às possibilidades do Programa ERASMUS. No entanto, poucos esforços foram feitos no sentido de a investigar e avaliar. A avaliação destas mobilidades tem-se restringido a um balanço quantitativo e muito pouco tem sido feito no sentido de integrar as aprendizagens realizadas pelos alunos, durante a mobilidade, no respetivo processo formativo. (Baiutti, 2021). Ora, a mobilidade dos alunos é um programa educativo e para além da expetativa de que os alunos desenvolvam competências em áreas interdisciplinares, juntamente com o crescimento pessoal e a proficiência numa ou mais línguas, um dos resultados de aprendizagem é que os alunos se tornem mais competentes a nível intercultural. Sendo as competências interculturais tão importantes para o desenvolvimento integral dos alunos do Ensino Secundário, nomeadamente para o desenvolvimento do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO), torna-se particularmente importante encontrar uma metodologia adequada para reconhecer e avaliar estas competências. Seguimos, neste círculo de estudos o "Modelo de formação para profissionais da educação sobre a avaliação das competências transversais desenvolvidas na mobilidade individual de longa duração dos alunos" , desenvolvido pelo investigador Mattia Baiutti a partir do protocolo de avaliação Intercultura (PAI). Adaptamos este modelo à realidade portuguesa, esperando desenvolver e aplicar, num ambiente colaborativo, ferramentas para avaliar formativamente as competências adquiridas pelos alunos sujeitos a estas mobilidades.

Destinatários

Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Ensinos Básico e Secundário e Professores de Educação Especial. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira. 

Objetivos

Compreender o contexto e a pedagogia da mobilidade individual dos alunos, incluindo a legislação europeia e nacional pertinente. Desenvolver a abertura e atitudes positivas relativamente à internacionalização das escolas, à mobilidade individual dos alunos e ao seu valor pedagógico Tomar conhecimento dos quadros de competências transversais existentes em geral e dos quadros de competências interculturais em particular Desenvolver uma compreensão crítica dos resultados de aprendizagem esperados da mobilidade individual dos alunos Desenvolver uma compreensão dos princípios gerais da avaliação baseada nas competências no contexto da mobilidade individual dos alunos Adaptar e construir ferramentas para avaliar os resultados de aprendizagem específicos da mobilidade individual dos alunos, em particular a competência intercultural Promover iniciativas cooperativas de aprendizagem, orientadas para a integração e troca de saberes; Desenvolver uma avaliação para a aprendizagem diversificando métodos e instrumentos, envolvendo os alunos no processo de avaliação, numa lógica de autorregulação.

Conteúdos

Conteúdos da ação Sessão 1: presencial conjunta 1. O contexto e o valor da mobilidade individual de longa duração dos alunos no âmbito do processo de internacionalização do ensino básico e secundário 1.1. Internacionalização da educação escolar 1.2. Fundamentos da mobilidade individual de longa duração Sessão 2: Trabalho não presencial de investigação individual ou a pares a) Identificar, o que enuncia o Projeto Educativo de cada AE, relativamente aos princípios/propósitos da internacionalização da escola. b) Listar os projetos e/ou ações desenvolvidas em cada AE, que promovam a internacionalização do mesmo. Sessão 3: presencial conjunta 2. Resultados da aprendizagem e competências transversais relevantes para mobilidade individual dos alunos de longa duração 2.1. Competências e competências transversais 2.2. Resultados de aprendizagem da mobilidade individual dos alunos - ênfase na competência intercultural 2.3. O Acordo de Aprendizagem como ferramenta para enquadrar as competências a desenvolver na mobilidade individual dos alunos a longo prazo Sessão 4: Trabalho não presencial de investigação individual ou a pares - Identificar áreas de convergência no currículo da disciplina que o formando leciona (ou ano de escolaridade) e as competências transversais e interculturais previstas nas mobilidades individuais. - Definição dos resultados da aprendizagem, com integração das competências transversais, para a construção de um acordo de aprendizagem Sessão 5: presencial conjunta 3. Avaliação das competências e princípios da avaliação transversais desenvolvidas no âmbito da mobilidade individual dos alunos de longa duração. 3.1. Antecedentes e princípios da avaliação 3.2. Avaliação das competências transversais desenvolvidas no âmbito da mobilidade individual de longa duração dos alunos Sessão 6: Trabalho não presencial de investigação individual ou a pares - Definição dos processos de avaliação dos resultados da aprendizagem para a construção de acordo de aprendizagem. Sessão 7: presencial conjunta 1.Realização de um grupo focal com alunos sujeitos a mobilidade de longa duração, preferencialmente presencial, centrando-se nos seus resultados de aprendizagem, em especial nas competências transversais e interculturais. 2. Avaliação do testemunho dos alunos com base Protocolo de avaliação Intercultura . 3. Partilha em plenário das principais conclusões da avaliação realizada. Sessão 8: Trabalho não presencial de investigação individual ou a pares Finalização da construção de um acordo de aprendizagem. Sessão 9: presencial conjunta 1.Apresentação e discussão das propostas de acordos de aprendizagem realizados pelos formandos. 2. Avaliação da formação.

Avaliação

Os formandos serão avaliados através da qualidade da participação nas sessões presenciais e consequente trabalho produzido de forma participativa nas sessões de formação (60%); e de um trabalho final obrigatório (40%). Na certificação será utilizada uma cotação de 1 a 10 valores, de onde resulta um resultado expresso numa menção qualitativa, conforme indicado na Carta Circular CCPFC nº 3/2007, de setembro de 2007, utilizando as dimensões, parâmetros e indicadores de avaliação estabelecidos pelo sistema de avaliação para a modalidade de Círculo de Estudos aprovado em sede dos órgãos de gestão e de direção do CFAE Sousa Nascente e no respeito pelos dispositivos legais da avaliação contínua. O resultado final da avaliação final será expresso através das seguintes menções qualitativas: «Excelente» - de 9 a 10 valores; «Muito Bom» - de 8 a 8,9 valores; «Bom» - de 6,5 a 7,9 valores; «Regular» - de 5 a 6,4 valores; «Insuficiente» - de 1 a 4,9 valores.

Bibliografia

- Baiutti, M. (2021). Developing and Assessing Intercultural Competence during a Mobility Programme for Pupils in Upper Secondary School: The Intercultura Assessment Protocol. Frontiers: The Interdisciplinary Journal of Study Abroad, 33(1), 11-42: - Comissão Europeia. (8 de abril de 2021). Erasmus + Guia do Programa. Obtido de Erasmus+ Programa da UE para a educação, a formação, a juventude e o desporto: https://erasmus-plus.ec.europa.eu/sites/default/files/2021-09/2021-erasmusplus-programme-guide_v2_pt.pdf - Deardorff, D. K. (2006). Identification and Assessment of Intercultural Competence as a Student Outcome of Internationalization. Journal of Studies in International Education, 10(3), 241-266: https://doi.org/10.1177/1028315306287002 - Martins, G. d., Gomes, C. A., Brocardo, J. M., & Pedroso, J. V. (2017). Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória: https://dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Projeto_Autonomia_e_Flexibilidade/perfil_dos_alunos.pdf - Jurczik-Arnold I., Baiutti, M. (2021). Training model for education professionals on assessment of transversal competences developed in long-term individual pupil mobility. European Union: Brussels. Obtido: https://d22dvihj4pfop3.cloudfront.net/wp-content/uploads/sites/81/2022/12/07141405/Training-Model_assessment_transversal_competences.pdf

Formador

Maria Isabel de Simas Bettencourt e Abreu Amorim

Cronograma